HSSuffer: Hidradenitis Suppurativa, Ictiose, Auto-Hemoterapia, Disordens Cutâneas, Doenças Raras e Auto-Imunes

Hidosadenite Supurativa, Ictiose, Doenças Raras, Auto-Hemoterapia e tratamentos na Medicina Alternativa abordando aspectos Psicológicos e sequelas que envolvem seus portadores

Arquivo para Tratamentos

A HS mudou a minha vida.

Num breve instante, num instante radioso, desses capazes de mudar toda a nossa existência para sempre. E se esse instante for embora, quantos anos são necessários para reconstruir um passado perdido? Quantos anos são necessários para reconstruir um único instante? O bom da vida é sempre poder RECOMEÇAR!

Há um bom tempo não reporto algo sobre mim. Como estou; o que tenho feito da vida sobrevivendo numa corda bamba cheia de incertezas, aprendendo um pouco todo dia a conviver da melhor forma possível sendo portadora da HS e da Ictiose. No início eram 3 doenças ditas sem cura e auto-imunes. Eu possuía alem das duas mencionadas também a psoríase, que com as graças de Deus provou-se também em mim, curável através da auto-hemoterapia após aproximadamente 5 anos de uso. Dizem que a Ictiose também é incurável. Tenho o primeiro e mais simples nível dela, a chamada Ictiose ulgaris. Só me atinge pés, mãos e cotovelos. Ela foi reconhecida pelo Ministério da Saúde em Portaria em 1986. a portaria diz termos direito a assistência pelo SUS, muito embora a maioria dos portadores nunca são bem diagnosticados sempre acreditando que o que lhes acomete é algum tipo de micose ou coisa parecida, mas por certo percebem que algo errado há já que nenhum produto usado soluciona o problema! De qualquer forma, o SUS nunca foi de grande ajuda a uma população igualmente inculta nesse aspecto. Embora eu ainda a possua como enfermidade acredito na cura desta pois que já li testemunhos de pessoas que se curaram também através da auto-hemoterapia. Ainda não atingi esse resultado, mas não perdi as esperanças. A grande vilã da história é justo a HS ou tão pouco conhecida como Hidradenite Supurativa. Esta só acomete 1% da população mundial e de fato não há relatos ou registros de nenhum caso de cura para tal, apenas suposições. Destes 1%, poucos sobrevivem anos a fio, então sejamos gratos por fazer parte de um grupo raríssimo quase em extinção de 1% dos sobreviventes destes 1% afetados por ela.

Vamos retomar falando um pouco da HS, esse tal “bicho papão”! E não seria diferente de um bicho papão já que nós, portadores, só temos paleativos para controlarmos os sintomas dela, uma vez, como já dito eé fato de que não há registros de cura dela em todo o mundo. Ela é congênita, hereditária, autoimune, sem cura e de acordo com os últimos registros cientìficos e acadêmicos encontrados ela se manifesta em 70% dos casos de 4 em 4 gerações, muito embora eu já tenha testemunhado inúmeros casos de pais e filhos a possuirem… Despreendi pelo menos 3 anos de minha vida como cobaia de tudo eliminando suposições até ser realmente diagnósticada pelo Dr. Blackburn em Dallas, no Texas e posteriormente aqui no Brasil pelo Dr. Carlos Nery, meu atual cirurgião, o qual me acompanha pelo menos nos últimos 4 anos de minha vida; bem como meu psiquiatra Dr. Maurício Cajazeiras.

É realista, apesar de penoso, aceitar o fato de que seremos por muitos anos ainda cobaias a fim de que a medicina atual se atente a dar importância (principalmente em investimentos financeiros) a apenas 1% da população mundial acometida por ela. Estamos falando de aproximadamente 2 séculos sem pesquisa e a ausência de qualquer literatura médica e científica devida ou apropriada.

Os abcessos, um dos sintomas mais expressivos desta enfermidade tem por certo, pela minha experiência, a retirada cirúrgica como melhor paleativo em seu auto-controle. Depois da quinquagésima cirurgia parei de contar. Foi quando escutei um dos meus médicos: – Pare de contar. Se você já sabe que ela irá para o túmulo contigo então você sabe que quantos abecessos surgirem, o retiraremos um a um para que você tenha uma melhor qualidade de vida, enquanto vida tiver!

A princípio aquelas palavras me chocaram, depois fui compreendendo, me resignando e com a aceitação, de fato minha mente se expandiu e juntamente com com este crescimento comecei a buscar outras alternativas que aliadas me trariam melhores condições de vida.

Nos conhecemos formalmente há aproximadamente 12 anos já. Tempo suficiente para descobrir o quanto ela é devastadora, cruel, desorientadora, dolorida e impiedosa. Não saberia dizer ainda hoje se os piores efeitos dela são os físicos ou os psicológicos. Esta é uma enfermidade que lhe atinge o corpo e a mente e creiam que metade do conteúdo exposto na web contam casos dela completamente erráticos, incompletos e cheios de falsas informações baseados em mitos conhecidos na parca literatura encontrada e disponível. O meio médico pouco sabe a respeito e ainda tenho a audácia de dizer que um portador tem mais conhecimento de causa que um médico formado. Eles conheceem a teoria (errada) e estão longe de compreender tudo que ela atinge num ser humano, a não ser que você seja um portador e ainda assim a maioria dos portadores se envergonha de contar sem pudores sua verdadeira história o que só dificulta os registros e o histórico desta tal enfermidade. Ou seja, ausência de registros, que se houvesse talvez ela não fosse considerada tão rara assim e seu diagnóstico fosse mais fácil de ser encontrado.

Sabemos que se trata de uma doença auto-imune e que seguramente entre outros fatores mandatórios como hormônios, hereditariedade, ela está diretamente ligada ao nosso estado emocional. Tendo em vista a publicação científica atestando o fato que mudou a história da ciência confirmando que o nosso sistema imunológico está diretamente ligado ao nosso sistema nervoso central, fica implícito que nosso estado emocional que por sua vez também dita mandatoriamente nosso estado imunológico acaba por se tornar um poderoso gatilho para as manifestações do que pensamos e sentimos na matéria. Ou seja, o pensamento toma forma.

Em meu caso em particular, tenho o que poderiamos chamar de “metástase”, apesar de não ser o termo mais adequado na área médica, mas é o mais próximo que tenho para me fazer entender com clareza. Dado o fato de que em mim, ela não se limitou a me atingir em áreas isoladas como costumam relatar em diversos depoimentos encontrados pela web. Dizem ser apenas uma inflamação no folículo piloso e em regiões isoladas onde podese encontrar as glândulas apócrinas. Isso é um mito e eu sou a prova viva disso. Em mim, ela já se manisfestou em todas as regiões do meu corpo, da cabeça aos pés.

Ela é um tanto imprevisível e de fácil transição já seus nódulos ou abcessos se comunicam por baixo da derme através de fístulas formando uma verdadeira rede de comunicação purulenta que dificilmente drena sozinha. Na maioria dos casos deve ser lancetada para promover a retirada. Existem casos a parte, claro, como em toda situação de vida, mas estamos tomando como base o que ocorre na maioria dos casos. Inúmeras situações incertas devido a sua instabilidade e mobilidade ela confunde os prósprios médicos. Em muitos casos as deduções não correspondem aos resultados almejados, planejados e esperados. A título de exemplo, por pelomenos 10 anos faço exames laboratoriais regularmente de 6 em 6 meses além dos neceessários para as operações e até hoje nunca foi detectado qualquer corpo estranho em mim. Pode acontecer? Pode sim, mas muito provavelmente por falta de cuidado com a área afetada ou por for qualquer falta de disciplina ou assepsia. Como sou MUITO cuidadosa nesse aspecto, quase caí de costas quando identifiquei naquele montante de exames que até a minha purulência era estéril, devido a minha ignorância na área de saúde, para mim até então onde havia puz, havia inflamação e por consequência algum microorganismo causador de tal moléstia. Mas quando se trata da HS isso também é um mito.

Sempre stive livre de qualquer tipo de fungos, víris ou bactérias de qualquer espécie. Explicação óbvia do porque nenhuma medicação surtir efeito para amenizar o que quer que seja que me surja. Falar além disso é redundância a meu ver.

Mas então o que tenho feito desde então?
Bem, a princípio tornei-me vegetariana, mudei completamente meus hábitos alimentares; busquei a auto-hemoterapia que já pratico há mais ou menos 10 anos no intuito de aumentar a minha imunidade á que é uma técnica milenar que aumentar o número dos seus macrófagos em pelo menos 4 vezes por um período de no máximo 7 dias, daí a necessidade de disciplina e frequência. Lembrem-se de que a autohemo não é um remédio, um comprimido, um antibiótico ou qualquer substância industrializada que irá lhe curar repentinamente. Ela é uma TÉCNICA que fará com que seu corpo reaja melhor as adversidades que lhe surgirem porque simplesmente irá lhe deixar mais forte e preparada. Ainda me auxilio com o uso do cloreto de magnésio e suplementos vitamínicos e minerais a fim de amenizar as deficiências detectadas comumente na maioria dos portadores, como por exemplo a deficiência de vitamina D3 e da vitamina K. Um adendo importante de ressaltar é que a HS só mostra em indivíduos que possuaam em seu histórico familiares consanguíneos, claro, também portadores de qualquer enfermidade dermatológica. Em meu caso, tirei a sorte grande porque tenho este histórico tanto por parte materna quanto paterna, ou seja, fui a bola da vez! O coquetl molotofe explodiu justo em mim! Alguma razão há de ter!

Ainda faço uso de suplementos alimentares como o ômega 3, do cártamo, do óleo de côco e do magnésio dimalato. Minhas aplicações de auto-hemo atualmente é de 20 ml uma vez por semana. Entretanto em períodos de pre e pós operatório reduzo o tempo das aplicações para de 5 em 5 dias os memos 20 ml e uso em cada compriido, manipulado, é claro de 50 mil UI da vitamina D3 e 1 mil UI da vitaminha K. estes não são níveis normais para não enfermos, que isso fique bem claro. Não usem meu relato como receita porque cada caso é um caso. E não se sabe ao certo como cada metabolismo irá reagir a este conjunto de medidas simultâneas. Podem me chamar de louca que talvez não seja tão mentiroso assim, mas para quem não tem nada a perder, costumo dizer que o desconhecido é o campo aberto de todas as possibilidades!

Agora a parte mais difícil de lidar e relatar. A mente!
Os sintomas físicos e as experiências dolorosas causadas por ela por certo criam um caminho obscuro de síndromes e traumas muito bem justificáveis a qualquer ser humano normal. A princípio você passa pela vergonha, desconfortos diversos, se sente anti social, então como consequência vem a depressão, síndrome do pânico, síndrome do isolamento e combater a DOR torna-se seu maior objetivo, senão vital!
Muitos não resistem e perdem a sua sanidade mental quase que comumente. Esta é uma doença bastante traiçoeira! É desta forma que se explica seu alto índice de mortalidade, dado o crédito e méritos ao suicídio; porque se depender dela, você não morrerá dela tão cedo, mas ela irá lhe torturar infinitamente inúmeras vezes enquanto você respirar… E irá para o túmulo contigo.
Perdi meu trabalho, meu casamento, minha família, minha vida social. quase tornei-me um vegetal consciente e por fim depois de muita luta consegui me aposentar por invalidez. Não havia como me sustentar após ter perdido o emprego, diga-se de passagem, mais de 19 anos CLT com todas as minhas contribuições previdenciárias em dia. Creio que este tenha sido também um grande desafio. Ela me tirou de ffoco numa ds fases mais produtivas da minha profissão que não tenho mais capacidade de exercer. A gente também morre de tristeza sabiam?

Então fica claro que é necessário um acompanhamento psiquiátrico sim senhor, não somente o clínico. Ridículo seria negligenciar o poder que ela exerce sobre você. Vivo num duelo constante com a famosa “Doença Invisível”. Atualmente, pessoas que não conhecem a minha história nem veem minhas cicatrizes são incapazes de me julgarem enferma a este nível. Por esta razão a apelidei de “doença invisível”. Mas de fato,nos últimos 4 anos pelo menos, com esse conjunto de medidas preventivas consegui reduzir o surgimento dos abcessos espalhados pelo corpo de 30 para 5.
Mas como diria um amigo meu: – Não se fa um omelete sem quebrar os ovos!
Explicando melhor, para tato foi necessário extirpar muitos fragmentos, digo, pedaços do meu corpo e além de muita medicação psiquiátrica me enveredei na meditação e na ioga em tudo mais que fizesse com que eu me sentisse um pouquinho melhor comigo mesma.

Em momentos coo este acrença em algo Maior é fundamental. Para mim, Deus é o meu Rochedo de Gibraltar ou costuma ser conhecido coo a Coluna de Hércules. Eu nada seria sem a Fé inabalável que tenho nos desígnios divinos. Não sou nenhuma santa, em nunca serei canonizada e sou cheia de imperfeições. Mas um dia escutei de minha mãe ditado bem popular mas ao qual jamais teria dado tanta importância se ela não tivesse se reportado amim daquela maneira. Ela disse: – Filha, você é uma guerreira e Deus só envia seus maiores desafios aos seus melhores soldados. Mas lembrese quele não escolhe os preparados, Ele prepara os Escolhidos. Abrace sua causa e sirva-O com resignação sendo grata a todo instante pela oportunidade do conhecimento porque com certeza existe um propósito maior para tudo nessa existência.

Arrisquese, viva e verá! Infelizmente muitos de nós e me incluo nesta lista, ainda somos muito humanos, muito mundanos, medrosos, incrédulos e fraquejamos infinitas vezes… E justo devido a esta tênue imperfeição é comum se estivessemos presos num orobôs: o corpo influencia a mente e esta retorna ao corpo o sentimento emanado. Não se trata de qualquer lei religiosa, mas sim da lei da vida, da lei da ação e reação, se assim preferir…
Estou longe de ser o exemplo de CURA, mas espero com sinceridade que meu testemunho seja uma fagulha de esperança de melhores dias àqueles que ainda persistem como eu em lutar.
Uma guerra é feita de muitas batalhas e a melhor forma de ter uma chance de vencê-la é se conhecendo, desvendando suas fraquezas, conhecendo os seus limites, se é que eles existem e conhecendo o seu “oponente”. Isso significa que quanto mais preparados estivermos melhores são as nossas chances de chegarmos próximos a uma vida quase que normal, mas por certo você jamais será a mesma pessoa.

Até lá, não desistam. Sempre acreditei que háuma passagem secreta em todo calabouço!
Força, Fé, Paz, Coragem e Amor!
É o que desejo a todos os meus companheiros de viajem. Boa sorte com suas batalhas e fiquem com Deus!
Precisando, estarei bem aqui lutando enquanto Deus me permitir…
Que o bom e misericordioso Pai os acompanhe sempre. Amém!

PELO FIM DE UMA AGRESSÃO À ARTE DE CURAR

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PELO FIM DE UMA AGRESSÃO À ARTE DE CURAR
por Walter Medeiros

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UMA PROIBIÇÃO ILEGAL (QUEM PROIBIU A AUTO-HEMOTERAPIA?)

por Walter Medeiros

A população brasileira está vivendo uma situação incomum que, em decorrência de um processo de incomunicação está causando prejuízos aos usuários e defensores da Auto-hemoterapia. O uso da técnica, que consiste na retirada de sangue por punção venosa e a sua imediata administração por via intramuscular na própria pessoa, não está expressamente proibido, mas uma sucessão de fatos deixou no ar essa impressão.

O que ocorreu foi que a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, levada pela divulgação do assunto em matéria tendenciosa do FANTÁSTICO, solicitou parecer sobre o assunto ao CFM – Conselho Federal de Medicina. O CFM emitiu um parecer superficial, que já chegou à ANVISA, mas este órgão informa que ainda não tomou sua decisão definitiva.

Em meio a estes e a fatos anteriores, a própria ANVISA divulgou uma Nota Técnica em abril de 2007, na qual, entre outras afirmações, diz que “O procedimento ‘auto-hemoterapia’ pode ser enquadrado no inciso V, Art. 2º do Decreto 77.052/76, e sua prática constitui infração sanitária, estando sujeita às penalidades previstas no item XXIX, do artigo 10, da Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977”. Em seguida, determina que “As Vigilâncias Sanitárias deverão adotar as medidas legais cabíveis em relação à referida prática”.

MEDIDAS LEGAIS

Quando alguém cita um texto de lei e vincula seu conteúdo ao assunto em discussão, é normal que se ache tratar-se de algo correto, ainda mais quando a citação é feita por órgão público do Governo Federal. Entretanto, uma busca mais acurada é o suficiente para detectarmos possíveis enganos capazes de transformar as afirmações da Nota Técnica no que se refere à legislação em algo sem nenhum significado.

Na medida em que a informação divulgada na imprensa através de espaços publicitários do Governo Federal e dos Conselhos de Medicina deixavam dar a entender que se tratava de uma proibição, pouca atenção era dada a estes detalhes. E não havia interesse da ANVISA ou do CFM de esclerecer que a auto-hemoterapia não está legalmente proibida, pois não existe nenhuma lei que a cite como atividade nociva à sociedade.

NADA CONTRA

Para não deixar de capitular o procedimento nem que fosse de forma tangencial, a ANVISA citou em sua nota técnica, como vimos o Decreto 77.052/76 e a Lei 6.437/77. Pois bem: sabe o que dizem aqueles textos legais?

1. O Decreto Nº 77.052, de 19 de janeiro de 1976, que dispõe sobre a fiscalização sanitária e dá outras providências reza, em seu Art. 2º que “Para cumprimento do disposto neste Decreto as autoridades sanitárias mencionadas no artigo anterior, no desempenho da ação fiscalizadora, observarão os seguintes requisitos e condições: (…) V – Métodos ou processos de tratamento dos pacientes, de acordo com critérios científicos e não vedados por lei, e técnicas de utilização dos equipamentos.”

Até aqui, nada proíbe a auto-hemoterapia. Se alegarem que precisa estar de acordo com critérios científicos, ela pode enquadrar-se por analogia no que dizem as resoluções do CFM que permitem práticas alternativas provisoriamente enquanto as pesquisas consolidam os procedimentos. No que se refere a vedação legal, não existe nenhuma lei tratando do assunto. E quanto a equipamentos, a auto-hemoterapia não necessita de nada além de seringas, garrotes, algodão e álcool.

2. A Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, por sua vez, “Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências”. Reza, no seu Art. 10, que “São infrações sanitárias: (…) XXIX – transgredir outras normas legais e regulamentares destinadas à proteção da saúde:”, estabelecendo Pena – de “advertência, apreensão, inutilização e/ou interdição do produto; suspensão de venda e/ou fabricação do produto, cancelamento do registro do produto; interdição parcial ou total do estabelecimento, cancelamento de autorização para funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento, proibição de propaganda”.

Como se vê, também nesta Lei citada pela ANVISA, nada enquadra a auto-hemoterapia. Vejamos porquê. Os princípios de direito são claros e inarredáveis. Não há crime sem lei que o preveja. Então como um órgão público federal trata de um assunto de forma tão genérica, ao ponto de tentar fazer um vínculo com o “transgredir outras normas legais e regulamentares destinadas à proteção da saúde”?.

ENQUADRAMENTO

O texto da Lei existe para ser utilizado com as outras normas legais. Para fazer enquadramento, a ANVISA precisaria dizer em quais normas legais estaria passível de punição a auto-hemoterapia. Muito claro, não?

Mas ainda foi incluído mais um item na Nota Técnica, o item 8, que diz:”As Vigilâncias Sanitárias deverão adotar as medidas legais cabíveis em relação à referida prática”. Conforme vimos, para adotar as medidas legais cabíveis será necessário informar em quais leis o assunto estaria enquadrado. E na legislação brasileira o assunto ainda não foi capitulado.

Para não deixarmos sem abordar mais um aspecto da incomunicação da ANVISA em sua Nota Técnica nº 1, de 13 de abril de 2007, lembremos que ela justifica a criação do documento citando “os questionamentos recebidos pela Gerência de Sangue e Componentes – GGSTO/ANVISA, sobre a prática denominada de ‘auto-hemoterapia’” e logo no seu primeiro item adianta: “1. A prática do procedimento denominado auto-hemoterapia não consta na RDC nº. 153, de 14 de junho de 2004, que determina o regulamento técnico para os procedimentos hemoterápicos (…)”. Pois bem: não consta, mas bem que poderia constar. Esta pode ser a hora de fazer uma emenda àquele regulamento, para resolver muitos problemas de saúde pública no nosso país.

SALVO CONDUTO

Diante de tanta confusão, espera-se que as autoridades adotem providências visando corrigir esta situação, que vem causando prejuízos à população que utiliza ou defende o uso da auto-hemoterapia. O uso da técnica não vai de encontro aos tratamentos médicos convencionais, pois o próprio Dr. Luiz Moura recomenda que sejam mantidas as orientações e prescrições dos médicos assistentes. Por outro lado, temos conhecimento de que existem pessoas tomando a iniciativa de entrar na justiça com pedidos de liminares para coibir qualquer ação policial ou administrativa resultante de interpretação errada dos fatos.

Ademais, é preciso que o Governo Federal, através da ANVISA agilize o processo de decisão, observando que o Parecer do CFM foi feito de forma superficial e sem conteúdo suficiente para recomendar a proibição da prática da auto-hemoterapia. Ao contrário, que seja feita consulta pública e estimulada a realização de pesquisas que consolidem todas as práticas vitoriosas da auto-hemoterapia ao longo dos seus 100 anos de benefícios e curas.

fonte:
http://www.rnsites.com.br/